segunda-feira, 17 de março de 2008

Curriculum Vitae


Todo mundo constrói uma história ao longo da vida, ela pode ser interessante, excitante, ou não, tudo depende das metas que você traçou e do que conseguiu ou não realizar. Quando sentamos na varanda numa tarde de sol e olhamos para trás, cansados, avaliamos se nossa vida foi boa ou não baseado nas nossas experiências e acontecimentos marcantes. É o nosso currículo de vida. Aquele que a gente conta para os netos com orgulho, ou que os amigos contam nas rodas para te envergonhar. Por exemplo, tenho um amigo que roubou um pino de boliche (longa história) e um outro que, quando bêbado, chamou uma policial de gostosa. São essas as experiências que engrandecem e que, no final das contas, valem a pena. Existem certas coisas que devem ser feitas antes de morrer, subjetivamente falando, e listarei o meu currículo com as características que eu considero importantes e coisas que ainda faltam completar (fiz uma lista modesta e realizável).

Já andei de navio
Já fui no oktoberfest em Blumenal
Já fui no carnaval de rua em Diamantina
Já morei fora
Já nadei em rio com cachoeira
Já bebi de não me lembrar de nada no dia seguinte
Já fui em um parque aquático
Já fui a um luau
Tive uma banda e me apresentei pra uma galera me assistir
Toquei piano
Fiz guerra de travesseiro
Já fui em festa do chapéu, festa da etiqueta e festa do pijama (do cabide ainda não!)
Tenho uma tatuagem
Já me apaixonei
Já andei de kart
Comi marshmallow derretido na fogueira
Já fui num show de rock internacional
Já joguei futebol na chuva
Dei um soco bem dado em alguém
Já entrei no mar à noite de roupa
Já transei no elevador
Fui num jogo do Brasil
Apertei a campainha de uma casa e saí correndo
Já encontrei uma ex e tive uma recaída
Já matei aula
Já colei em uma prova
Terminei um jogo difícil de vídeo game
Fiz bunda-lê-lê
Já fiz guerra de bexiga d’água
Já invadi um hotel e fui escoltado pra fora
Já fiz apostas do tipo “vamos ver quem fica com mais meninas essa noite”
Já mandei um xaveco tosco
Fiz uma música
Tive um bicho de estimação
Já empinei pipa
Já ganhei uma medalha de honra ao mérito
Dirigi no autódromo de Interlagos
Já andei de avião
Já vi uma pessoa famosa


Dos importantes que eu me lembro foram esses, mas ainda faltam algumas coisas para realizar:


Pular de pára-quedas
Fazer rapel, bungee jump e rafting
Ir no Hopi Hari (Disney também)
Escrever um livro
Andar de balão de ar quente
Pisar nos 5 continentes
Plantar uma árvore
Esquiar
Rolar rua abaixo dentro de um pneu
Nadar pelado
Correr da polícia
Andar de carrinho de rolimã (é, isso é um pecado eu ainda não ter feito)
Contribuir em todas as belas artes (mesmo que mal e porcamente)
Ir a um swing
Ir num paintball
Ir a um rodeio
Surfar (ou pelo menos tentar)
Passar dos 160km/h
Dar um cavalo de pau (sou cagão pra isso)
Aula de dança
Aprender umas 3 línguas fora o português
Acampar
Aprender a tocar saxofone
Conhecer pelo menos todas as capitais dos estados brasileiros
Ver pelo menos uma das 7 maravilhas do mundo moderno,
Passar a mão em um golfinho
Fazer um curso de mergulho



Humildes e realizáveis. Ter muito dinheiro é muito vago, o importante é ter foco e priorizar o que se quer fazer. Não sei como terminar esse post...

quinta-feira, 6 de março de 2008

A justiça tarda... e por enquanto é só



Na figura se vê um punhado de jóias representando de um lado o clero católico e do outro um tecido estranho representando células tronco. Essa imagem se refere à lei que seria votada dia 05/03/08 e que foi adiada pelo Supremo Tribunal. Acho que agora fica claro por que a discussão religiosa por parte dos biólogos é importante e, ainda hoje, pertinente. A Veja dessa semana traz uma entrevista com a bióloga Mayana Zatz, diretora do Centro do Genoma Humano na USP, esclarecendo fatos como que os embriões que seriam utilizados para estudo, seriam aqueles não usados em clínicas de fertilização in vitro (bebê de proveta), ou seja, os que não seriam implantados no útero da provável mãe. Se esses embriões são vida, como os religiosos alegam ser, mantê-los em um tubo infringiria a lei de cárcere privado, e jogá-los fora seria assassinato! Jogar fora e matar todos os embriões pode, fazer estudos com eles (que resultará em morte) não. Esse tipo de incongruência, tão normal na igreja, é um problema que entrava estudos de uma tecnologia que poderia combater diabetes, Mal de Parkinson, Alzheimer, doenças degenerativas, entre outras. Quando os outros países tiverem desenvolvido a técnica (porque a sociedade é realmente laica), teremos que pagar royalties para eles, sendo uma fortuna de tratamento. Acho difícil que se alguém souber que existe uma cura pra doença degenerativa que sua mãe, sua esposa, seu filho tenha, e que não pode ter acesso porque é caro demais, irá aceitar de bom grado que é a vontade de Deus.

Abaixo, um trecho de um texto que achei na internet:

"Primeiro, a lei só liberou os estudos e as terapias do gênero com embriões descartados, por inviáveis, nas clínicas de reprodução assistida ou congelados há no mínimo três anos. (Permitida no exterior, a clonagem terapêutica, obtenção de células-tronco a partir de outros tipos de embriões, é expressamente proibida na lei brasileira.) Ora, observam os cientistas, um embrião sem nenhuma chance de ser implantado em um útero, cujo destino inexorável, portanto, é o lixo, ou um embrião congelado, que aos genitores não mais interessa implantar, em hipótese alguma poderia ser considerado vida, ou vida em potencial.

Aliás, mesmo no útero, na reprodução natural, a implantação do embrião só ocorre a partir do 6º dia - e os biólogos trabalham com aglomerados celulares (blastocistos) de até 5 dias. Segundo - e mais importante ainda -, é a Igreja, não a Constituição, que estabelece que a vida se inicia no ato da concepção. Muitos dos mais respeitados cientistas pensam que, nos organismos complexos, a vida começa quando começa a atividade cerebral e termina quando ela cessa. Para outros, a vida humana, diferentemente da vida em geral, começa com a autoconsciência e se extingue quando ela se perde. De todo modo, a equação posta diante do STF é outra: não lhe compete definir o que é vida, mas decidir se as leis (que valem para todos), se o Estado (laico) e se a sociedade (com os seus adeptos de diversos credos, os seus agnósticos e ateus) devem se pautar pelo que determinada religião entende ser o início da vida."

Concordo com o texto que tirei de um Blog¹ (e a figura também). Não poderia colocar de forma mais elegante o caso. Meu problema com a religião é exatamente esse, eles querem impor as regras do "clube" deles em nós que não compartilhamos de suas idéias e que não fazemos parte desse "clube", como acredito já ter dito em um texto anterior. Não me importa no que você acredita, desde que não atrapalhe a vida dos outros.

Sem mais.

¹ - http://ceticismo.wordpress.com/2008/03/05/celulas-tronco-a-decisao-so-pode-ser-uma/
Obs: Fiz um apud do texto porque a fonte original é o jornal Estado de São Paulo.