quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pra depois

Correndo, corre, não deixa parar
Aperta no passo, não pode atrasar.
Passam-se carros, por baixo, por cima
Não faz distinção, menino, menina.
Chegar no horário, passar do ponto
Gastar muitas horas, atraso, em ponto
Comendo mal, insanidade
Fins de semana de banalidade
Me desculpe o mau senso, mas estou de saída
De aluguel, combustível, planos de vida
Muito em menos, um pouco mais
Ao menos tentando, mas tanto me faz
Pra essa vida de graça, já tão sem graça
De agraciar as vontades da massa
De convenções, de intenções
Diferenciações de raça
De lixo, extinções
Tudo passa, tudo passa.
Mas eu quero parar, estar mais alheio
Respirar, ir a fundo. Em partes, inteiro
Não estar atado às velhas premissas
Não ser comuna, nem capitalista
Segurar-me nos pés, tirá-los do chão
Voar um pouco pela contra-mão
Com o mundo no rosto, viver de verdade
Mais madrugadas, mais fins de tarde
Mas correndo, corro, não posso parar
E a vida por viver tem de esperar.

0 Comments: